quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tudo o que vem de Deus é bom

Em um lugar muito distante,havia um rei que,para tomar qualquer decisão,consultava um homem a quem todos chamavam de sacerdote. (...)Para toda consulta que o rei fazia, a resposta do sacerdote era sempre a mesma:

"Agradeça, que o que vem de DEUS é bom."

Certa vez,ao fazer trabalhos manuais, o rei acabou por decepar um dedo da mão. Na hora ficou revoltado,mas se lembrou do sacerdote e foi falar com ele. Olhando seu ferimento, o sacerdote diss;
"Agradeça, que o que vem de DEUS é bom."
O rei,ainda mais revoltado, respondeu.
"Como ousa falar-me assim?! Eu sou seu rei! Fala desse modo porque o dedo perdido não é seu!"
Chamou os soldados e ordenou-lhes: 
"Masmorra para ele!!"
E manteve o sacerdote na masmorra até que se esquecesse dele.

O rei gostava de caçar, e seu fiel companheiro sempre fora o sacerdote. Com sua prisão, teve que partir sozinho para a caçada. No meio de sua aventura, fora capturadp por indíos canibais e amarrado junto a um tronco. Nesse momento de perigo, imediatamente pensou no sacerdote:

"Se ele estivesse aqui comigo,pediria sua orientação...Mas eu sei que ele diria:Agradeça, que o que vem de DEUS é bom."
E(...) esse rei refletiu e percebeu que tinha muito a agradecer: o tempo em que viveu e reinou amado por seu povo, o reino que administrava, pensou em todas as coisas boas que tinham lhe acontecido. Cheio de gratidão, sentiu em seu íntimo um pouco do que queriam dizer aquelas palavras constantes do sacerdote.
Então o chefe da tribo indígena aproximou-se, examinou-o todo e ordenou a seus guerreiros:

"Soltem-no! Não podemos oferecê-lo ao  nosso deus, porque ele é imperfeito, falta-lhe um pedaço!"

Libertado, o rei voltou correndo, assustado, para seu castelo. No caminho ia pensando nas palavras do sacerdote quando perdeu o dedo.

"Agradeça, porque o que vem de DEUS é bom."

Realmente(...)não fosse ter perdido o dedo , agora estaria morto! Um mal aparente determinou a vinda de um bem maior!
"Perdi o dedo, mas ganhei a vida!"

Assim que pode, ordenou que o sacerdote fosse solto, e agradeceu-lhe, pedindo perdão e contando tudo em detalhes.
O sacerdote começou a orar e agradecer a DEUS . E sorrindo, disse tranquilamente ao rei:

"Agradeci,mesmo não entendendo porque DEUS me mantinha na masmorra. Se eu estivesse com você na caçada, teria morrido!"

Extraído do livro: "Seja lá o que DEUS quiser", de Koji Sakamoto.

Desejo que DEUS faça realmente parte de sua vida, mesmo que você não creia nele, ou não lhe dê exatamente esse nome, ou O compreenda de outra forma.

domingo, 15 de agosto de 2010

domingo, 21 de junho de 2009

CAPÍTULO III. Em algum lugar do passado...

Foi quando Ank Su Namum lembrou-se de algo acontecido há muito tempo.Aliás,não há tanto tempo na realidade,mas há muito tempo porque assim lhe parecia, já que era fato apagado praticamente de sua vida. Algo que somente ela, e mais ninguém,ninguém mesmo...sabia.Algo que ela não fora capaz de divulgar nem mesmo a seus pensamentos e que ocupava o lugar de arquivo-morto em seu ser.
Uma vez, alguém muito querido, lhe disse, que "ser feliz no amor é a maior ilusão do ser humano"...engraçado como isso agora fazi todo sentido, ao paaso que ,no momento em ouviu,parecia um absurdo de alguém mal amado...agora ela começa a entender que não vivia uma única e corriqueira vez e sim, muitas e muitas vezes,como esse mesmo alguém querido havia lhe ensinado...e que em todas asvezes que vivia,acumulava seus feitos,bons ou ruins, e tudo que vivesse a partir dali,levaria consigo. Salvo seu pre-destino,algo ja lhe predestinado por Deus-Único e Onipotente- como Akhenaton ensinava ao povo egício,apegado ao politeísmo....agora vislumbrava com um pouco mais de clareza o vendaval de sentimentos qu tomava conta dela. Agora conseguia entender...realmente...era a maior ilusão do ser humano...
As pessoas se casavam não por amor ou por decisão de seus pais ou de sua posição...as pessoas casavam por suas afinidades...negativas!Por "dívidas" acumuladas em tantas vidas e vidas e vindas...Achava que tinha encontrado sua alma gêmea...mas afinal,se é verdae,porque nos encontarmos em um momento totalmente impróprio e inconveniente para tal enlace?Em um momento que seria doloroso e praticamente impossivel ficarem juntos? Para isso ,seriam necessarios escândalos e dor,sentimentos feridos, saudades...mais que isso, iria contra tudo que ela julgava mais sagrado,seu filho...ficaria longe dele?Abriria mão dele?Nunca! De fato,não entendia....mas era assim que era,era assim que os fatos se desenrolavam e se antes,passava longos alvoreceres naquele pátio vazio,divagando seus sentimentos, como seria agora, que tinha a sua disposição tamava riqueza de perfumes,flores e formas em sua companhia? Nenhuma mulher que conhecia ou nenhuma deusa das inúmeras histórias que ouvira,ha via recebido tamanha prova de amor,carinho e afeto que acabara de receber de Matur:ele a havia surpreendido de todas as formas possíveis e aquele jardim suspenso,passava agora a ser inesquecível de tal forma, que Ank su Namum lembraria dele muito,mas muito tempo depois e além de sua vida egipcia,gravado em sua essência,vivo e presente em sua alma, e com ele, o maior feito de uma grande figura egipcia que se perderia aos olhos dos historiadores...mas nunca aos singelos porem profundos e permanentes registros divinos das reencarnações...

Continua...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

CAPÍTULO II. O jardim suspenso

O palácio de Matur se localizava próximo a pirâmide de Quéops, recém construida pelo faraó Akhenaton. Mandara construir na parte superior ,um imenso jardim a céu aberto.As flores das mais variadas tornaram aquele lugar,um sonho perfumado. Várias colunas e obeliscos sustentavam um teto de flores ,eras e folhagens que deixavam transparecer apenas alguns raios de sol,suavizando o calor egípcio. No canto direito do pátio,havia um chafariz de águas claras que caía suavemente num lago tranquilo, na verdade um verdadeiro convite ao banho. Quando apresentou tal projeto aos seus engenheiros ,disseram-lhe que seria mais viável construí-lo na parte inferior do palácio.

"-Mas não é não é o lugar do palácio preferido por Ank su Namum."-pensou em voz alta,logo voltando a si e impondo sua vontade,mostrando a todos que dava uma ordem e não pedia opiniões.

Ank su Namum sofria pelo casamento imposto e por tudo que isso significava em sua vida. Sentia-se sozinha e confusa com o turbilhão de sentimentos contraditórios que colecionava em seu coração. Quando sentia-se assim,fugia para a parte superior do palácio,onde antes havia apenas um grande pátio a céu aberto,vazio e oco, em forma de varanda. Mas a vista das grandes pirâmides fazia valer a pena tal lugar existir. Lá permanecia horas sozinha,até ter forças e coragem para voltar ao seu dia a dia.

Matur queria mostrar-lhe,sem nunca saber como, que a amava com sua alma e coração e que sofria por vê-la sofrer por ser sua esposa. Queria poder ser carinhoso com ela qdo estava sozinha, sofrendo.Nesses surtos,Ank su Namum não queria nem a compania de Namadés, sua escrava "irmã".

Então,teve a idéia de construir o jardim para sua amada. Disse-lhe que faria outor aposentos no pátio superior e sofreu mais uma vez,ao negar as súplicas de sua esposa para que ~mantivesse o pátio. Ank su Namum sofria intensamente,mas havia se acostumado com a dor em seu peito. Só naõ sabia para onde fugir qdo precisava repor as forças,sem a vista de seu lugar preferido no palácio...

Por um mês, sofreu por não poder chorar suas mágoas,pois não o faria na frente dos escravos,nem muito menos, na frente de seu filho. Manteve-se firme ,mas Namadés temia que sua senhora tivesse um surto fulminante, abafando tantas mágoas,angústias e dor.

Um dia, Matur comunicou-lhe que os aposentos estavam prontos,com tal satisfação que irritou Ank su Namum

"-Ele faz isso de propósito,para me ferir!"- pensou,mas sorriu-lhe vagamente,sem conseguir esconder seu desinteresse.

Matur fez um gesto tão gentil ,segurando-lhe a mão com singular delicadesa e carinho,que deixou Ank su Namum sem ação. Isso a desesperava,despertava seus sentimentos contraditórios,os quais lutava para não sentir,mas que ressurgiam vez ou outra.

Subiu, então as escadas com Matur. Alegria e surpresa se passaram pelo coração de Ank su Namum ao sentir o forte perfume de flores que vinha do antigo pátio.

Uma felicidade,misturada com desespero e temor, tomaram conta dela,qdo viu a beleza a sua frente. Andou pelo jardim admirando cada detalhe. A felicidade que sentia a desperava pois significava que seu coração se alegrava com a atitude de Matur. Esse era seu maior e mais secreto temor: amar o homem que mais queria odiar no mundo e com motivos.

Lembrou-se que adiou o quanto pode ter sua noite de núpcias com Matur,que a respeitou em todas suas desculpas. Até o dia,em que desesperado pela dor profunda de amar aquela mulher,e sem saber o que fazer para conquistá-la,ameaçou o filho de Ank su Namum e Abevonef, se ela não fosse sua. Lembrou-se de todo o ódio que sentiu dele e de quando entrou em seu quarto,altiva e decidida.Seria dele, se era o que manteria seu filho vivo. Não tinha medo do que aconteceria a ela,sobreviveria. Foi a única noite que tiveram juntos. Matur desesperou-se depois, com sua atitude,pois percebeu que mesmo tendo Ank su Namum em seus braços , ela lhe era a pessoa mais distante do mundo que conhecia. Após tal episódio,os anos passaram-se arrastados, com Matur mostrando-se um homem mais maduro a cada dia,amável e gentil. Aproximou-se com o sentimento puro e sincero de Jafar,filho de Ank su Namum e Abevonef,conquistando-lhe o amor o que fazia o próprio Matur sofrer a dor do remorso de um dia,tê-lhe ameaçado a vida. Tal fato revoltava Ank su Namum que não acreditava no arrependimento de Matur...
Nesse cenário de sentimentos contraditórios,desenrolava-se as vidas de seres presos a sua vontades,que inutilmente lutavam contra o que eles próprios talharam para si mesmos, em vidas passadas. Mas o mundo espiritual dava-lhes agora, a chance de serem felizes,bastando-lhes ambos, aprenderem a perdoar. Mas isso,era-lhes penosamente doloroso,pois ,pensavam, significava abandonar o sabor da vingança. Matur começava a dar os primeiros passos em seu desenvolvimento espiritual,amando quem um dia odiou,mas Ank su Namum continuava cega.
Assim, encontrava-se naquele jardim,cega pela dor ,estimulada pelo amor e decidida a vingar-se, somente prolongando seu aprendizado e diminuindo seu tempo de ser feliz,que corria depressa no relógio das reencarnações.


Continua...






Imagens Larry Elmore e shadowscapes.com

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009


AS ESFINGES DE TEBAS : CAPÍTULO I.O punhal de Ank su Namum





Ela olhava para seu reflexo num espelho grande,sentada a penteadeira trabalhada em ouro. Via uma mulher de cabelos compridos e negros,bem brilhantes.Na testa,além da franja bem reta,um ornamento em ouro trançado,cravejado de pedras vermelhas que alternavam pedras menores no tamanho,mas tão brilhosas e fortes quanto as maiores. Admirava o vestido azul turquesa,sem cortes,inteiro que ia até os pés.Era preso em um ombro só, por um broche em forma de escaravelho em diamantes. Na cintura,uma trança de tecidos e fios de ouro.
Sentia o cheiro de incenso ,almíscar,que dominava o quarto.
Estava ofegante,ansiosa e com ódio.Podia sentir o coração batendo forte,decidido.Então,verificou algo que trazia entre os seios,escondido pelo vestido,como sempre fazia.O usaria,caso fosse necessário.
Se preparar para aquela visita a irritava profundamente,mas era melhor que estivesse pronta,não queria ser pega de surpresa.Já era difícil fingir que aceitava aquilo,mas era o que a mantinha segura.
A escrava Namadés,entrava no quarto trazendo um vidro de essência que chegava da ìndia,trazido por um navio que aportara aquela manhã, no Nilo...o velho Akhenef era assim,tudo do melhor para minha "filha-deusa"... Nem tudo que ele julgava bom Ank su Namum concordava...
Desceu as escadas geladas do palácio de seu pai.Esperava vê-lo antes que Matur chegasse.Talvez, pudesse adiar esse encontro.
Namadés a acompanhava,tão tensa quanto sua senhora.No seu desespero, até esqueceu-se que ela era a única amiga que tinha,mas logo lembrou-se,pois a queria tão bem quanto a irmã que nunca tivera.
Dirigiu-se a varanda qdo Matur entrou no salão.Sua prepotencia abafava sua beleza rude. O sorriso confiante revelava toda sua imaturidade. Trajava o uniforme egípcio a altura do comandante que era,o que o deixava ainda mais rude.Definitivamente,não era um cavalheiro....
Sem mencionar uma palavra,o cumprimentou com um aceno de cabeça e dirigiru-se a escada,fazendo-o entender que se retirava,enquanto Namadés a seguia de perto. Isso o feriu mais que seu punhal faria. Num movimento ágil e sutil,a segurou pelo braço esquerdo,com força, e disse em tom imperativo:
"-Sou seu noivo,Ank su Namum,seu futuro marido,senhor de Tebas.Não autorizo que dê-me as costas!"
"Isso é o que desejas,Matur.Mesmo que cases com uma egípcia da aristocracia,nunca passarás de um soldado que fez fortuna pilhando e escravizando vilarejos!" -esbravejou em cima dele,que esbofeteou-lhe a face,jogando-a no chão.
"Serás minha rainha,somente escolha se por bem ou por mal!"
Caída,com Namadés a apoiá-la,bufava de ódio enquanto buscava o punhal de rubis,do tamanho de sua mão,que trazia no busto.Levantou,altiva,com os olhos vidrados nele,que a olhava como se adivinhasse sua reação. Matur levou a mão ao seu rosto vermelho e qdo sentiu sua pele,o asco tomou conta de Ank su Namum .E cortou-lhe o rosto,num gesto que havia ensaiado várias vezes para que não errasse qdo fosse preciso. Ele virou-se,mas o sangue em suas mãos misturava-se ao vermelho do punhal e teve certeza que o ferira. Arfando de satisfação subiu as escadas correndo,seguida por Namadés,assustada e temendo a represália de Matur. Trancaram-se no quarto,onde pedia a Osíris que as protegesse do ódio de Matur.

Matur era homem plebeu,destacando-se qdo entrou para o exército do faraó. Tornara-se grande comandante,conhecido por voltar das viagens trazendo sempre muitos escravos e riquezas.Porém,nunca era visto pela aristocracia egípcia como um deles,devido sua origem humilde.Por vezes fora excluído e senti-se humilhado por não sentar-se a mesa durante os banquetes do faraó.Ouvia que homens humildes ofereciam-lhe as filhas em casamento,mas ele queria estatus.
Foi qdo soube que a filha de Akhenef ficara viúva.Abevonef, esposo de Ank su Namum,fora assassinado por dívidas acumuladas por seu irmão,as quais se negou a pagar. Deixava mulher e filho. Ank su Namum foi levada a quitar a dívida para não ver a vida de seu filho ameaçada. E contava com seu pai,Akhenef, já que toda a fortuna da família saldou a dívida. Só não contava que os negócios do velho egípcio estivessem tão ruins...Só sobrava mesmo o nome de sangue azul.
Ank su Namum não tinha irmãs.Os irmãos morreram servindo o faraó em conquistas pelo mundo. Um casamento auspisioso era a única chance de Akhenef manter sua imagem e estilo de vida,sem sofrer a humilhação de desfilar seu fracasso como homem, e pai de família.... E Ank su Namum sabia disso...

Faltava pouco para o dia do casamento e o peito de Ank su Namum doía cada vez mais.


Imagem de Larry Elmore.